sexta-feira, maio 18

 


QUANDO SE FALA EM AVALIAÇÃO, O QUE VEM A CABEÇA?
Problema complexo ou solução?
O que avaliar? Como avaliar?
Avaliar para retomar, repensar, replanejar?


RESUMO


A avaliação do processo educacional, no que se refere aos anos iniciais do EF (1º ao 3º anos), do Currículo de 9 anos ainda é um problema complexo, pois a previsão de PROGRESSÃO CONTINUADA nesses três anos, depende do entendimento dos conceitos básicos, das modalidades de avaliação que se priorizará e do que se define por aprendizagem significativa. Por isso, é necessário que se estude e busque nos referenciais teóricos os procedimentos e leitura dos instrumentos usados Na avaliação: mediadora, diagnóstica e formativa. Ao longo do texto está referenciado por Hoffman e outros autores que darão aos educadores mais segurança para criar os PARECERES DESCRITIVOS, nesses anos, de acordo com os PLANOS de ESTUDOS que as escolas desenvolvem, para atender a necessidade de domínios em cada ano. E, traz, também a reflexão sobre progressão nas etapas dos anos iniciais destacando que progressão é avanço no processo de aprendizagem significativa e não promoção automática sem critérios. Por fim, faz uma chamada carinhosa a cada educador para estimular a formação continuada.
INTRODUÇÃO
A avaliação ainda é problema complexo na educação. Essa questão não está resolvida pelo sistema, nem pelos educadores. Ela não é difícil, pois envolve diferentes conceitos: aprendizagem significativa, processo de mediação, leitura, descritores, competências e habilidades, avaliação formativa/diagnóstica, mediadora dentre outros.
Nesse sentido, Hoffman (2000) explicita:
“São vários os fatores que dificultam a superação da prática tradicional, como: a crença que a manutenção da avaliação classificatória garante ensino de qualidade, resistência das escolas em mudar por causa da possibilidade de cancelar matrículas, a crença que escolas tradicionais são mais exigentes.”
Entretanto todas essas reflexões, além de muitas outras, que emperram o desenvolvimento do processo de aprendizagem significativa e da ação avaliativa que propicie outro momento para aprender, vêm contribuindo para que a avaliação continue classificatória, deixando resquícios negativos, tanto para o estudante, no que se refere a aprendizagem como para o professor que percebe que as formas que estão integrando seu trabalho prático não surte efeitos satisfatórios para o sucesso do estudante.
Para repensar o desenvolvimento, a aprendizagem e o sucesso do estudante tem-se que refletir sobre todos os elementos que compõe a prática pedagógica.
Assim, a avaliação como processo deve fazer parte da discussão. O desenvolvimento do homem como sujeito deve ser concebido como integrado, contextualizado na realidade concreta, considerada a diversidade, a inclusão, o contexto econômico e político. Ainda, deve se preocupar com o acesso e sucesso de todos como cidadãos do mundo, independente do lugar onde estão inseridos.
Para refletir sobre a avaliação sob a ótica das diferentes modalidades, tomemos a avaliação diagnóstica, a formativa e a mediadora, com o enfoque teórico dado por diferentes autores renomados depende de variadas coisas, além de estudo sobre o que vem a ser: notas, memorização de conteúdos, aprendizagem significativa.
É preciso rever o sentido da avaliação escolar, qual a ótica que está sendo encarada e efetivamente realizada na prática. Esta análise levará ao projeto político pedagógico, onde na dialogicidade, que se concretiza estão as concepções de sociedade, escola, professor e aluno e dessa discussão emergem as falas que se materializam na prática da avaliação.
Para mudança é preciso coragem, sonho e ação em equipe. Ninguém muda sozinho um processo avaliativo. É preciso entender que Progressão Continuada, que faz parte do processo e que se estabelece através de não retenção nos anos iniciais, não se entenda promoção automática, gerando desconforto, passividade, ausência de critérios, sem uso de instrumento, meios concretos, pelos quais pode-se avaliar um processo de aprendizagem significativa.
Para melhor compreender, aprendizagem significativa baseia-se no conhecimento prévio, nas informações já existentes, na estrutura cognitiva, no processo de conhecimentos já percorrido. As informações adicionais devem interagir contribuindo para os avanços e ou para processar-se em conhecimentos.
Seguindo o raciocínio, avaliação da aprendizagem entenda-se que deve servir para compreender o processo, até que ponto os objetivos (planejamento) foram alcançados (descritores, habilidades, competências), fazendo parte do projeto, do planejamento do professor. Deve servir de reflexão sobre as práticas e novas decisões.
Nos anos iniciais, para realização do processo de avaliação com segurança, tem-se que levar em consideração a avaliação externa, isto é a matriz de referência que são documentos que nos servem de parâmetros para o registro descritivo do desempenho alcançado pelo aluno. Nesse sentido, os descritores são comportamentos desejados para aprender, noção que buscamos ensinar/aprender. Trata-se de um conjunto de habilidades, de acordo com a necessidade, do nível de ensino, programa, expresso em descritores ( concretos), para a compreensão e avaliação do processo.
Do ponto de vista de Hoffman (2000), “avaliação mediadora é postura construtivista em educação, onde a relação dialógica, de trocas, discussões, provocações dos alunos, possibilita entendimento progressivo entre professor/aluno.” E ainda, acrescenta que o “erro” é um elemento positivo a ser trabalhado numa continuidade de ações desenvolvidas. Possibilitando, assim, a posição mediadora do educador no desenvolvimento de instrumentos, acompanhados pelo diálogo e reflexão, bem como investimento de novas estratégias para caminhar no sentido do conhecimento mais científico, mais aprofundado.
Assim a autora se reporta:


O que pretendo introduzir neste texto é a perspectiva da ação avaliativa como uma das mediações pela qual se encorajaria a reorganização do saber. Ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as. (HOFFMAN, 1991, p.67)
O que se pretende é a análise do ponto de vista construtivo da avaliação, o professor repensa suas práticas, concepções e com isso promove mudanças a partir de exemplos concretos. Essa situação, com propostas, com conhecimento é que se deve perceber a avaliação, essa que faz parte, como elemento integrante do processo.
Dessa forma, pode-se incluir princípios, rever novas concepções e criar instrumentos que nos levem a alterar a forma de avaliar classificatoriamente, para uma visão de desafios, avanços, de construção, de aprendizagens mais significativas que sirvam para vida em sociedade.
Assim, o questionamento: a percepção dos professores numa visão de avaliação mediadora ( permeada pelo diálogo), diagnóstica ( antecipando a ação), e da avaliação formativa ( o que avançou? Com que ferramentas continuar?), para entender todo o processo de desenvolvimento e aprendizagem, isto é, o nível de informações que foram assimiladas e essas processadas em conhecimentos, pelos nossos estudantes?
Para argumentar, toma-se VAGULA (2011), para confirmar e melhor compreender o sentido do processo avaliativo escolar, resumindo: temos que diferençar conceitos que usamos para efetivar avaliação, tais como: testar, medir e avaliar.
Testar: verificar o conhecimento trabalhado.
Medir: se refere a aspectos quantitativos, expresso em números, com objetividade, exatidão, decorrentes de memorização, tem aspecto fragmentado.
Avaliar: é um julgamento mais completo que testar e medir, valorizando os elementos do processo (LDB/96), com os aspectos: contínua, cumulativa, ressaltando qualidade.
Nessa perspectiva, além da avaliação mediadora há outras modalidades de avaliação que se deve considerar na aprendizagem processual. São importantes, a avaliação diagnóstica que “acontece” no começo do ano letivo, antes da elaboração do planejamento. Por outro lado, a processual formativa (Haydt: 1998, p.11) “ a avaliação pode ser útil para orientar tanto o aluno como o professor, fornece informações sobre o aluno para melhorar na avaliação e dá elementos ao professor para aperfeiçoar seus procedimentos didáticos.” Essa, ocorre para verificar o que os estudantes estão aprendendo, se estão atingindo os objetivos com função de discussão e reflexão, não dando prioridade a nota, mas para o crescimento e desenvolvimento, contribuindo, dessa forma, para aprendizagem significativa, não dando ênfase a avaliação somativa, que é essencialmente classificatória.
No entanto, todas estas modalidades permeiam as práticas da escola e para mudança é necessário flexibilidade, segurança, estudo e a constatação de que tal mudança que não é seguida da reformulação da prática pedagógica do professor, está fadada ao esquecimento, continuar na mesma.
Para modificar a prática deve-se levar em conta a elaboração de instrumentos e para isso, é preciso:
-cuidado;
-que uso faço deles;
-equilíbrio;
-planejamento coerente com o que se ensina;
-clareza;
-organização;
-abordar os conteúdos significativos;
-compatíveis com o ano e nível de ensino;
Contudo, o que é fundamental é a reflexão crítica sobre o contexto antes, durante e após o tempo que pretenderíamos estar avaliando, no ano letivo, nas diferentes áreas de conhecimento daquele grupo de alunos, naquele contexto de realidade concreta. Assim, o sucesso vem por acréscimo e as mudanças acontecem no processo educacional.
Neste texto, não estão as ideias finalizadas, nem as receitas prontas, pois acredita-se no professor como autor de sua própria história e, esses são pensamentos e discussões que se forem em frente nossos horizontes se tornaram mais amplos e veremos o sol com o seu brilho a iluminar nossa caminhada como o faz pelo arco-íris numa tarde de chuvisco.
Um beijo no coração
Professora Eloí Batista


 

Coord. Pedagógica da EEEF Cândido Genro e UNOPAR, Santiago RS


 

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