terça-feira, janeiro 11

CENÁRIO DA EAD NO BRASIL

CENÁRIO DA EAD NO BRASIL




A modalidade de educação a distância é hoje, uma realidade indiscutível. A sua expansão, com o uso das ferramentas da mídia proporcionou a inclusão e integração dos cidadãos numa sociedade plural e vem crescendo constantemente, oportunizando a comunicação assíncrona a todos e síncrona entre várias pessoas.

O espaço do conhecimento está se modificando e o volume expandindo além do nosso controle. Para isso, é necessário selecionar, organizar essas informações para transformá-las em conhecimentos significativos.“A tendência é que a educação presencial e a EAD se misturem cada vez mais no futuro” ( SANCHES), coordenadora do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância.

A eficácia e a eficiência da EAD permite a integração entre o digital e o presencial, o espaço e o tempo. É o modelo que está superando distância e unindo pessoas pela autonomia e auto aprendizagem compartilhada.

Azevedo (2006), a história da ead pode ser divida entre antes e depois da internet. Depois da internet o ensino a distância tomou novos rumos tanto pela qualidade como pela expansão. O autor chama de “muito-para-muitos”: ao caracterizar a ead.

Pode-se afirmar que a difusão da ead no Brasil esta necessitando de um impulso entre educadores, essa modalidade de ensino aprendizagem tem crescido, ganhando espaços para incluir, integrar e criar relações sem prever tempo ou espaço geográfico, aos cidadãos da sociedade como um todo.

Nesse sentido, serve como meio de estudo a distância que já alcançou a eficácia prevista na legislação vigente do país. Essa modalidade a distancia, proporcionou o enriquecimento dos recursos tecnológicos dos mais variados, a comunicação em tempo real: chat, tv telefones... trazendo a idéia de que a educação a distância não é distante ou isolada, e sim, está presente em tempo real, estabelecendo interações e autonomia para professores e alunos pelas ferramentas disponíveis, criando uma situação de pertencimento ao professor e aluno.

A exemplo disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, já previa a inclusão das tecnologias na educação, especificamente, no Artigo 80, está expresso: “ O poder público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.”





O Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005, regulamenta o artigo citado da LDB, que caracteriza a Ead como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares e ou tempos diversos.

Outro Decreto, nº 5.773, de 9 de maio de 2006 ( BRASIL, 2006a), que “dispõe sobre o exercício de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e seqüenciais no sistema federal de ensino”, estabelecendo o MEC como responsável por essa regulação e avaliação., assim também especifica nesse documento, o credenciamento e recredenciamento de Instituições de Ensino Superior.

Assim, para assegurar a qualidade dos programas da EAD, o MEC, estabeleceu dez princípios básicos:

1) Integração com políticas, diretrizes e padrões de qualidade definidos para o ensino como um todo e para o curso específico;

2) Desenho do projeto: a identidade da EAD:

3) Equipe profissional multidisciplinar:

4) Comunicação/interatividade entre professor e aluno (tutorias);

5) Qualidade dos recursos educacionais;

6) Infra-estrutura de apoio;

7) Avaliação de qualidade contínua e abrangente;

8) Convênios e parcerias;

9) Edital e informações sobre o curso a distância;

10) Custos de implantação e manutenção;

( BRASIL, 2000. p. 3)



Com uma legislação bem explícita, estamos vivendo uma época de adaptação, reflexão e discussão sobre as tecnologias na educação. Frente a esse cenário, podemos vislumbrar uma nova era da EAD. A sociedade está a exigir um novo paradigma , um novo discurso curricular que inclua efetivamente, as tecnologias de comunicação e informação, para o ensinar e aprender.

Nesse contexto, a educação a distância pode ser considerada como meio para ressignificar os conhecimentos, Assim, as ferramentas da tecnologia vêm potencializar esses conhecimentos, tornando-os mais eficazes, para os estudantes envolvidos nesse processo.



Para percebermos a evolução da Ead no Brasil, tornando mais clara essa caminhada, Moore e Kearsley ( 2007), estabelecem uma linha de tempo, na qual mapeiam cinco gerações, assim organizadas:

1) 1ª Geração: Caracterizada pelo final do século XIX- meados de 1890, constituída pela oferta de cursos com material impresso, distribuído aos alunos via correio, denominado “ estudo por correspondência”, ou seja, cursos independentes, individualizados.





2) 2ª Geração: constituída no início do século XX, essa questão toma novo rumo, segundo os estudiosos, surge no Brasil, o rádio, como nova possibilidade para EAD, a primeira rádio-escola, criada em 1922, por Roque Pinto e mais tarde doada ao MEC.-até a década de 50, nessa época surge a TV Educativa. Essas tecnologias, ambas serviram à transmissão de aulas. Utilizava-se para efetivação do trabalho via correio, telefone e fax..





3) 3ª Geração: caracterizada na década de 60. Nessa geração, se reorganizam as técnicas de instrução e aprofundamento de estudos teóricos sobre essa modalidade de educação, formação de recursos humanos, fazendo a integração das tecnologias disponíveis, via rádio, TV , telefone, vídeos, conferências por telefone, nessa época aparecem os “Kits”, como materiais para experiências práticas a serem realizadas pelos alunos.

Surge a “UNIVERSIDADE ABERTA:” como modalidade, consultorias e expansão. Essa estrutura básica de implantação das Universidades totalmente a distância, vem complementar o contexto. A Fundação Roberto Marinho- com o modelo teleducação, na década de 70, marca a evolução da EAD no Brasil, já com características mais significativas a abrangentes.



4) 4ª Geração: Outro cenário se desenha para EAD. Na década de 80, quando surgem as “Teleconferências”, com o emprego das tecnologias mais significativas, neste período, iniciado pelas áudio conferências, com o uso do áudio simultâneo e multidirecional entre os participantes. Só mais tarde ocorre o uso do áudio e vídeo: A exemplo disso, o programa muito conhecido na educação: Um Salto Para O Futuro, marcou o contexto educacional epocal.









5) 5ª Geração: caracterizada pelas tecnologias da atualidade, flexível e inteligente, com meios para expansão pelo uso das mídias de convergência no sistema pela internet. e web como facilitadoras. Dessa forma permitindo, mesmo a distância a comunicação , via satélite, em tempo real, para estudos teleaulas e cursos, propiciando vantagens como elearning e Moodle, possibilitando treinamentos em empresas, no local de trabalho , sem deslocamento dos colaboradores, com isso superando o tempo e o espaço geográfico. Um exemplo a UNOPAR-Universidade Norte do Paraná com uma rede de mais de 500 polos em todo o Brasil e exterior, oferecendo o que de mais moderno em termos de tecnologia em educação a distância.





Uma pesquisa numa escola de Santiago-RS: Instituto Estadual de Educação Professor Isaías, através da questão:

Na sua opinião, qual a evolução do uso das tecnologias na educação, hoje?

Os professores que atuam no Ensino Médio, questionados, responderam que muitos ainda, estão com restrições ao uso das mídias na sala de aula, embora saibam que isso os ajudaria muito na facilitação do processo de ensinar e aprender.

As respostas unânimes foram: - Nas últimas décadas, a evolução das tecnologias fez com que o ensino fosse feito usando meios tecnológicos (computadores, multimídia, internet, etc...), isso ajuda na rapidez de pesquisa e ensinamentos, mas também faz com que os alunos leiam pouco ou não leiam, faz com que os professores não consigam, acompanhar os avanços tecnológicos oferecidos pelas máquinas. Faz com que o conhecimento chegue mais rápido até ao aluno embora, às vezes, a assimilação não seja tão rápida.

-Ajuda muito, pois pode demonstrar técnicas com maior criatividade e formas de aplicação de conhecimentos. Com tecnologia pode-se mostrar ao aluno os fenômenos e acontecimentos com maior nitidez.



A partir desses depoimentos, percebeu-se a necessidade de muito esclarecimento e expansão da EAD, inclusive na formação de professores, pois há indícios de que muitos professores apesar de terem disponível na escola os laboratórios, pouco fazem uso, para qualificação da aprendizagem.



Para ilustrar, HAGUENAUER (2005), professora da PUC-RJ, numa entrevista afirma:



Faz-se necessário investimento na formação de professores. Apesar do que tem sido feito ( MEC) , sua eficiência tem sido prejudicada, pela ausência de integração entre as políticas do governo ( federal, estadual e municipal) e as diretrizes curriculares para a educação. Trata-se de uma mudança de cultura, que não se faz rapidamente. É preciso insistir, reforçar, identificar os problemas, e corrigi-los.

Estudos atuais, discussões da CONAE (2010) , sinalizam para uma revolução na EAD. Quando a CONAE, no documento final que resultou do processo construído, pela mobilização e debates sobre a educação brasileira., esse aponta a educação como direito social, apresenta as metas e ações para a política nacional da educação, na perspectiva da inclusão, igualdade e diversidade, constituindo-se no marco histórico para educação no Brasil, na contemporaneidade.

Nessa análise, o cenário evolutivo da EAD no Brasil, tem se expandido com muito significado para os cursos de Graduação e Pós-Graduação e contribuído para o acesso aos diferentes públicos, tanto adultos como para jovens. Assim, permitiu que estudantes de variadas faixas etárias, poder aquisitivo, locais geográficos inacessíveis, pudessem ter acesso a educação de qualidade. Potencializou o ensinar e aprender com interatividade abrangente, nas mais diferentes regiões do país e do mundo.

Vale ressaltar que a EAD, tem um futuro imprevisível, pois as transformações sobre as tecnologias, os conhecimentos os cursos demandam mudanças revolucionárias, nos processos e na história com uma velocidade de um mundo sem fronteiras.

Outra questão importante, é novo papel do professor, que em tempos de ensinar e aprender compartilhando informações para processá-las em conhecimentos, o educador nada mais é do um gerenciador de informações, no sentido de ajudar o estudante a selecionar, organizar, aproveitar as ferramentas, mediar processos , ensinar a aprender



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