sábado, maio 1

Azaleia

 Esta azaleia é uma foto,
lá de São L. Gonzaga, RS 2009, na rua do centro.

Linda!

ENSINAR E APRENDER

         COMO ENSINAR A APRENDER


Tendo em vista que o construtivismo é uma teoria de conhecimento, pode-se dizer que nela está implícita uma nova concepção de mundo e que traz uma nova forma de pensar todos os elementos que constituem o processo de ensinar e aprender. Essa concepção trouxe à escola uma mudança radical e tem contribuído, a partir dos anos 70 e 80 em diante, para se estabelecer uma prática mais significativa do ponto de vista da aprendizagem e do sujeito que aprende.


Tem-se aqui uma questão muito importante, embora essa concepção seja de difícil aplicabilidade por parte de alguns professores, pois depende de estudos e aprofundamento, de uma recriação metodológica, (não há enfoque de métodos nessa concepção teórica) é de necessidade premente abordar o construtivismo como concepção teórica da educação e a partir dela construir um método. Assim, estaremos contribuindo para esclarecimento e abrindo caminhos para as mudanças que todos querem, mas têm dificuldades de fazer no processo de alfabetização e de letramento.


Faz-se necessário esclarecer o pensamento de Piaget, como mentor dessa visão, embora já no século XVIII, Kant já elucidava algumas questões nesse sentido. A concepção piagetiana é construtivista, principalmente porque nos ajuda a pensar o conhecimento científico na perspectiva da criança, ou seja, daquela que aprende. O seu estudo é centrado em compreender como o aprendiz passa de um estado de menor conhecimento a outro de maior, o que está intimamente relacionado com o desenvolvimento pessoal do indivíduo, sua maturação e a aprendizagem.


Essa teoria veio despertar um grande interesse em educadores, estudiosos de Piaget e outros, do ponto de vista da linguagem como é o caso de Emília Ferreiro, que fez um estudo sobre o processo de alfabetização, com base nas descobertas de Piaget.


“ Os processos de construção sempre supõem reconstrução; no entanto, o que é que se constroi? É preciso reconstruir um saber construído em certo domínio para aplicá-lo a outro; há reconstrução de um saber construído previamente com respeito a um domínio específico para poder adquirir outros conhecimentos do mesmo domínio que, de algum modo, têm sido registrados sem poder ser compreendidos; também há reconstrução do conhecimento da língua oral que a criança tem para poder utilizá-lo no domínio da escrita. ( FERREIRO, 1993, p. 87)


Os fatores que mais chamaram a atenção nessa concepção teórica, podemos destacar, são:


• ela descreve as características do pensamento sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e formal, que Piaget nomina de Estágios de Desenvolvimento da Criança;


• faz uma análise sistemática da gênese das noções básicas do pensamento racional ( espaço, tempo e ...);
• aborda como ocorre a aprendizagem pela interação do sujeito com o meio;
• explica como se dá a assimilação e acomodação , conflito cognitivo e a construção propriamente dita;
Na teoria piagetiana, o professor é concebido como ser muito ativo, mediador do processo entre o sujeito e o conhecimento. Esse, tem que acompanhar, analisar, intermediar, intervir e ouvir como mediador da aprendizagem.
O aluno, por sua vez ( sujeito) é um ser ativo, antes de tudo, capaz de estabelecer relações de troca com o meio-objeto ( conhecimento, físico, pessoa...), numa situação de experiência significativa, uma vez que nessa interação entre sujeito e o meio que ele domina se processa a assimilação. Nesse sentido, cabe ao educador organizar situações problema que o desafiem a buscar e interagir nesse meio qualificado, para alcançar um nível mais elaborado na aprendizagem.
Desse ponto de vista, o estudante só “conhece a realidade atuando sobre ela”, por isso o professor mediador tem um papel fundamental, de provocar o intercâmbio com o meio mediatizado pelos esquemas de ação e pelos esquemas de representação, que nada mais são do que estruturas mentais das crianças.
Os esquemas de ação conhecidos como os primeiros reflexos das crianças ( sugar, pegar, equilibrar...), que elas têm e que ao longo do desenvolvimento, vão se aprimorando. Por outro lado, os esquemas de representação só tornam-se possíveis quando a criança adquiriu a função semiótica, ou seja, a capacidade se estabeleceu.
“ Para Piaget, ter assegurado o direito à educação, significa ter oportunidades de se desenvolver, tanto do ponto de vista intelectual, como social e moral.
Nesse sentido, a lógica, a moral, a linguagem e a compreensão das regras sociais não são inatas, ou seja, pré-formadas na criança, nem são impostas de fora para dentro, por pressão do meio. São construídas pelo indivíduo ao longo do processo de desenvolvimento, ou seja, ao longo da sucessão de estágios que se diferenciam um dos outros, por mudanças qualitativas. Mudanças essas que permitam não só a assimilação de conhecimentos, mas construções novas, através da acomodação, que servem de ponto de chegada por um lado e ponto de partida para novos conflitos cognitivos e novas adaptações. Assim, ocorre o processo de autonomia intelectual e moral.
Para melhor entendermos a teoria, é fundamental que entendamos o processo, assim:
1) Estágio sensório motor: iniciação das coordenações e relações de ordem entre as ações, início de diferenciação entre objeto/corpo;( mais ou menos aos 18 m), constituição da função simbólica. O campo da inteligência relacionado com ações concretas. ( 0-2 a).
2) Estágio pré-operatório: reprodução de imagens mentais, intuição, linguagem comunicativa egocêntrica, atividade simbólica pré-conceitual, descentração.( 2-6a)
3) Estágio operatório concreto: capacidade de classificação, seriação, agrupamento, reversibilidade, linguagem socializada, atividade concreta, pouca abstração. ( 7- 11a )
4) Estágio Formal: fase de transição para a abstração, hipotética, linguagem como suporte do pensamento conceitual. ( 11a em diante)
Essas são as contribuições mais significativas da concepção construtivista para o processo educacional. Nesse trabalho, apenas pincelou-se os aspectos e características mais relevantes, ficando em aberto para aprofundamento do tema, pois o objetivo não era esgotar o assunto.
Assim, considerando que esta pesquisa não finaliza nem aprofunda a contribuição de outros construtivistas, nem a prática do professor em sala de aula , pois nesse sentido, há vasta bibliografia sobre o tema.
Para chamarmos a atenção, indicamos que os estudos podem partir do ponto de vista da criança, isto é, como o sujeito aprende para que possamos chegar a como se ensina, numa visão de construção de conhecimentos visando alfabetização e o letramento.


Hoje, o maior desafio é alfabetizar letrando, uma vez que as políticas de educação (MEC) vêm lançando o desafio a todos os alfabetizadores , bem como proporcionando formação continuada, ressaltando mudanças consideráveis no que se referem a definição de conteúdos, valorizando a metodologia de trabalho e sugerindo (PCNs) novas estratégias pedagógicas, principalmente para o ensino da leitura.
Assim a participação das crianças em experiências variadas com leitura e escrita, informações, conhecimentos na interação com os diferentes gêneros textuais, a habilidade de codificação e decodificação da língua escrita, o conhecimento e reconhecimento dos processos mentais é que vão estabelecer a tradução da fala sonora para a forma gráfica, isso chama a atenção para consciência fonológica, bem como, para o aspecto semântico, léxico e pragmático da língua escrita.
Um dos principais fatores do fracasso na apropriação da alfabetização, são o fato da não definição de metas e objetivos ao longo dos Anos que compõem (o Ensino Fundamental hoje, com 9anos de duração), causando a perda da especificidade da alfabetização durante o processo de escolaridade e a não apropriação dos alunos desse objeto específico de conhecimentos, promovendo os baixos índices de alunos alfabetizados ao longo do espaço ( SOARES,2003)
Essa alfabetização, reafirma a autora, deveria ocorrer em tempo oportuno, isto é, no 1º Ano do aluno, aos seis anos garantindo que ele se alfabetize ficando os outros dois para o aprofundamento e autonomia na leitura e escrita (SOARES,2003).
Outra contribuição dos anos 80/90- foi a descoberta piagetiana sobre a gênese do conhecimento_ que aproveitado por FERREIRO e TEBEROSKI ,elas traçam uma caminhada considerando a natureza da escrita como sistema notacional e o processo de construção da criança sobre esse sistema de escrita alfabética. Esses estudos revolucionaram a alfabetização dando uma nova perspectiva no fazer pedagógico e estamos revendo as relações teórico-práticas no que se refere a métodos coerentes a essa concepção de alfabetização e letramento. As descobertas de Emília Ferreiro (1970) têm contribuído como referencial importante para reorganização da prática pedagógica, assim caracterizados:
1) Nível pré-silábico: as crianças não estabelecem relação entre a escrita e a pauta sonora das palavras;
2) Silábico: as crianças escrevem, para cada letra ou sílaba uma representação com uma letra, ( silábico quantitativo) , podendo esta ter correspondência sonora com a sílaba representada (silábico qualitativo);
3) Silábico alfabético: As crianças oscilam entre uma linha e outra dos dois níveis, percorrendo um caminho não paralelo no que se refere a leitura e escrita.
O silábico-alfabético pode ser considerado a transição com muitas trocas de letras (não domínio das correspondências regulares diretas do sistema de escrita) ; os alunos compreendem que as sílabas são compostas por unidades menores e seguem representando os fonemas, embora ainda troquem muitas letras;
4) Alfabético: com razoável domínio da correspondência grafofônica diretas, e regularidades contextuais e morfogramaticais.
Por outro lado, o enfoque teórico da consciência fonológica relacionam a capacidade de reflexão metalingüística da criança ao seu sucesso e insucesso na apropriação do código.
É necessário um aprofundamento das principais concepções para que se possa perceber as relações coerentes , as contradições, as consistências e com isso montar uma didática prática nessa linha de ação. Portanto o caminho fica em aberto e o desafio é para a continuidade de estudos, reflexões, constatações e aprofundamento dentro do tema vasto como esse que num trabalho, deixa muito a desejar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e letrar: Um diálogo entre a teoria e a prática. Editora Vozes, RJ, 2007.
MATUÍ, Jiron. Construtivismo: teoria construtivista sócio-histórica aplicada ao ensino. Moderna, São Paulo, 1995.
WWW. Geocities.com/lucila_mariapesce/trabalho/PUC
FERREIRO, Emília. Com todas as letras. 2ª Ed. traduçãoMaria Zilda da Cunha Lopes; retradução e cotejo de textos Sandra Trabucco Valenzuela. São Paulo. Cortez Editora.1993.


















COMO TRABALHAR NO SEGUNDO ANO DO EF?

PARA REFLETIR



OBJETIVO do 2º ANO


Comunicar-se por meio da fala, ouvindo com atenção e adequação a linguagem à situação: expressar sentimentos, idéias e opiniões; relatar acontecimentos e expor o que sabre sobre temas estudados; formular e responder a perguntas e intervir sem sair do assunto; explicar e compreender explicações e manifestar opiniões, tanto oral como por escrito nas diferentes áreas de conhecimentos; ( “Adquirir capacidades para: conhecer e distinguir diferentes gêneros de textos, saber onde está veiculado e para que finalidade e uso social, bem como, para quem está endereçado: jornais, livros, Tv, PC, Agenda, Lista Telefônica....”).


(FONTE: NOVA ESCOLA-2009)
EIXOS


# Compreensão e valorização da cultura escrita;


# Apropriação do sistema de escrita; ( alfabetizar letrando )


# Leitura em todos os gêneros textuais;


# Produção de textos orais e escritos;


# Oralidade;
Nesse sentido é importante que se construam as capacidades, os conhecimentos e as atitudes referentes a forma de utilização e modos de produção da escrita na sociedade, bem como, seus usos no contexto escolar.


Na apropriação da escrita, devem compreender as diferenças entre escrita alfabética e os outros sistemas, a orientação e o alinhamento, as funções de segmentação e juntura,, pontuação em textos e frases, rimas, letras iniciais, finais, sílabas iniciais e finais, ( unidades fonoaudiológicas, sons,), alfabeto e ordem alfabética, relação entre fonema/grafema, regularidades e irregularidades da língua na ortografia,...
Desenvolver as capacidades da leitura em diferentes gêneros, saber decodificar palavras globalmente, fluência, inferências, compreender o que está explícito e implícito no texto, identificando finalidade, funções de seu suporte, seu gênero e suas contextualizações.
Levantar, confirmar e refutar hipóteses em histórias e textos lidos, informações, buscar pistas, fazer extapolações...


Capacidades de produção escrita, usar diferentes gêneros, dispor e ordenar sgundo as convenções gráficas, usar os princípios alfabéticos, regras ortográficas (assistematicamente), planejar com assunto, individual e coletivamente, dentro dos padrões.
Participar e interagir sistematicamente com todos os gêneros , embora o método de alfabetização seja uma proposta com leitura lúdica e a partir dela todos os demais processos para alfabetizar letrando, ( palavras, letras, sons/grafias, sílabas, vocabulário usual, tipos gráficos diferenciados, desenho/palavras, jogos, seqüências, formas...) leitura de outros gêneros em circulação na sociedade.
Portfólio para acompanhar o processo de desempenho em cada item no processo de alfabetização, ( AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO).
Focar a oralidade como forma de relato de experiências diárias: hora da novidade, reconto da história, focalizando sempre o tema central, hora do conto, hora da novidade, pesquisar brincadeiras com os irmãos e com a família , trazer para contar e brincar juntos, utilizar o LABIN, para ouvir e recontar, criar formas de sua utilização oral e escrita, VER PORTAL DO PROFESSOR.
A importância dessas questões nos levam a compreender melhor a legislação de EF de 9 Anos.
Escutar com atenção e compreensão, para expor opiniões e debate com os colegas, professores, funcionários e comunidade.
Planejar a fala em situações formais: apresentações às mães. Pais , no Dia da Criança, preparar o que fazer e dizer em entrevistas com pessoas da comunidade, no Dia do Idoso e Solidariedade... organizar estratégias para o tempo pedagógico disponível;
Todos essas habilidades vão ao encontro das competências necessárias para o desenvolvimento em todas as áreas de conhecimento, tais como na resolução de situações –problema, cálculos lógicos, no reconhecimento de formas, cores, natureza e o homem, a preservação da vida e análise do consumo, do uso e adequação dos resíduos na natureza, a água, a consciência da diversidade, cultura afro, educação fiscal e trânsito...
                                                     Coordenação pedagógica


OBS: podem melhorar este material com a experiência e acrescentar as habilidades que fundamentem melhor nosso trabalho...
BJUS


Eloí









Metodologia de Sala de aula/OFICINAS

Escola Estadual de Ensino Fundamental Cândido Genro

Prof. Eloí de Oliveira Batista
Oficina Multidisciplinar

Não se trata de trabalhar com sucata, mas de uma proposta de trabalho aproveitando os resíduos, cumprindo nossos objetivos do projeto “RESPEITANDO A VIDA” assim alcançando resultados positivos.


ATIVIDADE:


1)Organizar 4 grupos para criar uma proposta de trabalho ( série?) com o uso de diferentes gêneros textuais. Pode ser para várias aulas... numa seqüência didática.

CRITÉRIOS:
2) Cada grupo escolhe um tema, para apresentação


no próximo encontro:


a) Acontecimentos que impressionam ( Jogos da COPA);


b) Lendo e Escrevendo Gêneros textuais;


c) Escrever e ler com prazer;


d) O mundo @www.com;


e) Respeitando a diversidade cultural;


f) Oficina do folclore;


g) Oficina dos aspectos físico-político-social do nosso Município ou do RS;


h) A Literatura ajudando na construção lógico-matemática;









                                                 O CONSTRUTIVISMO E A EDUCAÇÃO



A concepção construtivista, nada mais é do que uma nova concepção de mundo. A nova maneira de repensar o processo de ensinar e de aprender, hoje, bem diferente da que se encarava nas outras concepções de educação: apriorista, empirista e outras correntes, essas não serão o enfoque do trabalho.

O construtivismo é uma corrente teórica que explica como a inteligência humana se desenvolve do ponto de vista de que o desenvolvimento da inteligência e é determinada pelas ações entre sujeito e objeto, isto é, entre o indivíduo e o meio.Nesse pensamento, podemos levantar e associar às correntes metodológicas que tem o seu paradigma nos métodos globais de ensino, no que se referem a alfabetizar letrando. Para refletir o construtivismo não é método de ensino, mas uma visão de mundo, uma concepção para repensar o processo, muito em voga na atualidade.

Os estudiosos do assunto têm enfatizado em seus textos e reflexões, a diferença fundamental entre as concepções teóricas, e consideram uma mudança na forma de pensar o processo, com ênfase para quem aprende, para como o sujeito que constroi a aprendizagem, isso é o primeiro passo na aquisição do conhecimento e da compreensão de mundo numa visão de construção.





JIRON MATUI (1995), explica,o construtivismo nasceu da epistemologia genética de Jean Piaget. Hoje, está recebendo uma redefinição enriquecedora em virtude dos trabalhos de Vygotsky, Luria, Liontiev, Wallon e Nuttin, psicólogos europeus de orientação dialética. (...) caracterizado como construtivismo sócio-histórico, em vista da influência desses cientistas.

MATUI (1995, p. 31),explica um pouco mais sobre a epistemologia genética de Piaget; ele estuda a origem lógica dos conhecimentos científicos, mas do ponto de vista de como se origina e se desenvolve na criança esses conhecimentos. Daí o adjetivo, genética. Isto é como a criança constroi conhecimentos. Piaget cria os estágios pelos quais passam as crianças ao longo do seu desenvolvimento.

O importante é que a epistemologia genética é o estudo da gênese e desenvolvimento das estruturas lógicas do sujeito em interação com o objeto de estudo, ou seja, o estudo do processo da construção do conhecimento.

MATUI (1995), continua a afirmar que, “ essa visão permite ao construtivismo focalizar a interação sujeito objeto como uma estrutura bifásica ou bipolar, cujos elementos são inseparáveis. Não há sujeito sem objeto e não há objeto sem sujeito que o construa.”

Tendo em vista que o construtivismo é uma teoria de conhecimento, podemos dizer que nela está implícita uma nova concepção de mundo e que traz uma nova forma de pensar todos os elementos que constituem o processo de ensinar e aprender. Essa concepção trouxe à escola uma mudança radical e tem contribuído, a partir dos anos 70 e 80 em diante, para se estabelecer uma prática mais significativa do ponto de vista da aprendizagem.

Temos aqui uma questão muito importante, embora essa concepção seja de difícil aplicabilidade por parte de alguns professores, pois depende de estudos e aprofundamento, é de necessidade premente abordar o construtivismo como concepção teórica da educação. Assim, estaremos contribuindo para esclarecimento e abrindo caminhos para as mudanças que todos querem, mas têm dificuldades de fazer.

Faz-se necessário esclarecer o pensamento de Piaget, como mentor dessa visão, embora já no século XVIII, Kant já elucidava algumas questões nesse sentido. A concepção piagetiana é construtivista, principalmente porque nos ajuda a pensar o conhecimento científico na perspectiva da criança, ou seja, daquela que aprende. O seu estudo é centrado em compreender como o aprendiz passa de um estado de menor conhecimento a outro de maior, o que está intimamente relacionado com o desenvolvimento pessoal do indivíduo.



Essa teoria veio despertar um grande interesse em educadores, estudiosos de Piaget e outros, do ponto de vista da linguagem como é o caso de Emília Ferreiro, que fez um estudo sobre o processo de alfabetização, com base nas descobertas de Piaget.



Emília Ferreiro (1993), argumenta:





“ Os processos de construção sempre supõem reconstrução; no entanto, o que é que se constrói? É preciso reconstruir um saber construído em certo domínio para aplicá-lo a outro; há reconstrução de um saber construído previamente com respeito a um domínio específico para poder adquirir outros conhecimentos do mesmo domínio que, de algum modo, têm sido registrados sem poder ser compreendidos; também há reconstrução do conhecimento da língua oral que a criança tem para poder utilizá-lo no domínio da escrita. ( FERREIRO, 1993, p. 87)



Os fatores que mais chamaram a atenção nessa concepção teórica, podemos destacar, são:

• ela descreve as características do pensamento sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e formal, que Piaget nomina de Estágios de Desenvolvimento da Criança;

• faz uma análise sistemática da gênese das noções básicas do pensamento racional ( espaço, tempo e ...);

• aborda como ocorre a aprendizagem pela interação do sujeito com o meio;

• explica como se dá a assimilação e acomodação , conflito cognitivo e a construção propriamente dita;

Na teoria piagetiana, o professor é concebido como ser muito ativo, mediador do processo entre o sujeito e o conhecimento. Esse, tem que acompanhar, analisar, intermediar, intervir e ouvir como mediador da aprendizagem.

O aluno, por sua vez ( sujeito) é um ser ativo, antes de tudo, capaz de estabelecer relações de troca com o meio-objeto ( conhecimento, físico, pessoa...), numa situação de experiência significativa, uma vez que nessa interação entre sujeito e o meio que ele domina se processa a assimilação. Nesse sentido, cabe ao educador organizar situações problema que o desafiem a buscar e interagir nesse meio qualificado, para alcançar um nível mais elaborado na aprendizagem.

Desse ponto de vista, o estudante só “conhece a realidade atuando sobre ela”, por isso o professor mediador tem um papel fundamental, de provocar o intercâmbio com o meio mediatizados pelos esquemas de ação e pelos esquemas de representação, que nada mais são do que estruturas mentais das crianças.

Os esquemas de ação conhecidos como os primeiros reflexos das crianças

( sugar, pegar, equilibrar...), que elas têm e que ao longo do desenvolvimento, vão se aprimorando. Por outro lado, os esquemas de representação só tornam-se possíveis quando a criança adquiriu a função semiótica, ou seja, a capacidade se estabeleceu.





A visão construtivista de Piaget



“ Para Piaget, ter assegurado o direito à educação, significa ter oportunidades de se desenvolver, tanto do ponto de vista intelectual, como social e moral.

Nesse sentido, a lógica, a moral , a linguagem e a compreensão das regras sociais não são inatas, ou seja, pré-formadas na criança, nem são impostas de fora para dentro, por pressão do meio. São construídas pelo indivíduo ao longo do processo de desenvolvimento, ou seja, ao longo da sucessão de estágios que se diferenciam um dos outros, por mudanças qualitativas. Mudanças essas que permitam não só a assimilação de conhecimentos, mas construções novas, através da acomodação, que servem de ponto de chegada por um lado e ponto de partida para novos conflitos cognitivos e novas adaptações. Assim, ocorre o processo de autonomia intelectual e moral.



Os estágios piagetianos



Para melhor entendermos a teoria, é fundamental que entendamos o processo, assim:

1) Estágio sensório motor: iniciação das coordenações e relações de ordem entre as ações, início de diferenciação entre objeto/corpo;( mais ou menos aos 18 m), constituição da função simbólica. O campo da inteligência relacionado com ações concretas. ( 0-2 a).

2) Estágio pré-operatório: reprodução de imagens mentais, intuição, linguagem comunicativa egocêntrica, atividade simbólica pré-conceitual, descentração.( 2-6a)

3) Estágio operatório concreto: capacidade de classificação, seriação, agrupamento, reversibilidade, linguagem socializada, atividade concreta, pouca abstração. ( 7- 11a )

4) Estágio Formal: fase de transição para a abstração, hipotética, linguagem como suporte do pensamento conceitual. ( 11a em diante)



Essas são as contribuições mais significativas da concepção construtivista para o processo educacional. Nesse trabalho, apenas pincelou-se os aspectos e características mais relevantes, ficando em aberto para aprofundamento do tema, pois o objetivo não era esgotar o assunto.

Assim, considerando que esta pesquisa não finaliza nem aprofunda a contribuição de outros construtivistas, nem a prática do professor em sala de

aula , pois nesse sentido, há vasta bibliografia sobre o assunto.

Para chamarmos a atenção, indicamos que os estudos podem partir do ponto de vista da criança, isto é, como o sujeito aprende para que possamos chegar a como se ensina, numa visão de construção de conhecimentos.

É necessário um aprofundamento das principais concepções para que se possa perceber as relações coerentes , as contradições, as consistências e com isso montar uma didática prática nessa linha de ação.













REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS





MATUÍ, Jiron. Construtivismo: teoria construtivista sócio-histórica aplicada ao ensino. Moderna, São Paulo, 1995.



WWW. Geocities.com/lucila_mariapesce/trabalho/PUC



FERREIRO, Emília. Com todas as letras. 2ª Ed. traduçãoMaria Zilda da Cunha Lopes; retradução e cotejo de textos Sandra Trabucco Valenzuela. São Paulo. Cortez Editora.1993.