Toda a aprendizagem deve estar ancorada nos conhecimentos prévios. Kleiman (2002) afirma, quando fala de oficinas de leitura e o uso de estratégias para tornar o leitor eficiente, "que esse é um ato individual de construção de significados num contexto que se configura mediante a interação entre o autor e leitor, e que , portanto, será diferente, para cada leitor, dependendo de seus conhecimentos, interesses e objetivos", isto é de seus conhecimentos prévios.
A autora argumenta que estratégias são "operações regulares para abordar o texto".Nesse sentido, o uso das estratégias leitoras vão ajudar na compreensão das idéias do texto. Atualmente, há uma forte tendência da lingüística textual no uso das estratégias para compreender melhor e inferir o dito no contexto do texto.
Essas estratégias podem ser gognitivas e metacognitivas.
As metacognitivas " são as operações (não regras), realizadas com algum objetivo em mente
com o devido controle". Ex.:autoavaliar a própria compreensão e determinar o objetivo;
As estratégias cognitivas são operações inconscientes do leitor, no sentido não consciente". Ex.: fatiamento sintático;
" Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos, aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. Professor assim, não morre jamais". Rubem Alves
Tomando a idéia de Rubem Alves todo o educador se imortaliza pelo que faz, daí educar pelo exemplo. Por isso, temos que acreditar numa concepção teórica que ilumine o nosso fazer pedagógico e impulcione o agir, que é movido pelas forças interiores.
Na reflexão sobre a superação do analfabetismo, isto é a apropriação da leitura e escrita pelos milhares de "analfabetos funcionais" brasileiros, temos que buscar parcerias nas universidades, instituições educacionais tanto estaduais como municipais para que garantam a alfabetização de qualidade a crianças e adolescentes. Assim como o processo de conhecimento da crianças e do adultos, também devem garantir a formação continuada aos educadores dessas redes. Pois não se tem notícias da qualificação em serviço, formação continuada, apoio de governos, subsídios para o que é previsto na legislação desde a LDB. esporadicamente se ouve falar em bolsas de estudos, para uma minoria, das minorias.
O que está acontecendo com as verbas para a educação?
Dessa forma, quem sai prejudicado é o estudante. Se considerarmos um estudante de 4ª e de 5ª séries, eles não conseguem interpretar um enunciado com um grau de maior complexidade. Eles não têm estratégias de cognição para entender a verbalização do educador ou um texto de pequeno porte. Pra isso, é preciso ensinar estratégias integrando os elementos de inferência, autocorreção, finalização e outros, para que após, o estudante faça a sistematização das idéias que estão nas entrelinhas dos textos. Isto é compreender o que lê. Pois aprende-se ler lendo. E na sala de aula é o lugar mais rico para essa construção, o professor analisa, orienta, encaminha, desafia , acompanha, propõe e avalia todo o processo.
Todo o trabalho de leitura envolve os processos: ( Van Dijk)
a) ascendente-o leitor parte das unidades menores do texto para as maiores.Ex.: letra.....texto.
b) descendente- o leitor vai das unidades maiores para as menores.Ex.: texto, parágrafo.....letra.
c) Interativo: os dois processos interagem durante a leitura.
Com essa reflexão, o que quero argumentar é que todo o alfabetizador tem que ter referenciais teóricos para construir paulatinamente, as suas práticas. e, principalmente, nos planos da linguagem : fonológica, sintática, semântica e pragmática, sem esse referencial o processo de leitura não se constitui num ato ativo de comunicação que leva o leitor a construir, intencionalmente, em sua própria mente, a partir da recepção, o sentido do texto. Isso será possivel se nós educadores tivermos clareza do foco do nosso trabalho e revisitarmos nossa formação constantemente, senão podemos ter um discurso muito avançado, "lindo" e uma prática permeada pelo retrocesso, fora da realidade emergente em relação a ensinar a aprender de forma significativa.
Aqui abre-se o espaço para discutir, aprender e repensar o que já fizemos até agora. Conto com você para colaborar e enriquecer com novas idéias!
Um comentário:
Oi Loi, muito boa essa reflexão e um assunto importantíssimo. Acho que primeiramente a escola deveria estimular o gosto pela leitura, porque a falta de hábito é uma questão cultural e aos poucos ir sugerindo novos estilos de textos, para que os alunos comecem a se apropriar de conceitos importantes que a escola precisa trabalhar. Já adicionei seu blog ao meu google reader para poder acompanhar de perto suas postagens. Abração amiga!
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